O Brasil bate o recorde de desmatamento na Amazônia na primeira metade de 2022, de acordo com o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Dados retirados a partir de satélites indicam que foram mais de 3 mil e 700 quilômetros quadrados desmatados desde o início de janeiro até 24 de junho – a maior área desde 2016, ano em que o INPE começou com o monitoramento.

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desmatamento na amazônia

Instituto Nacional de Pesquisas Espacial: conheça a sua função

O INPE foi criado em 1961 e tem como objetivo se dedicar as pesquisas e explorações espacial, sendo um instituto federal brasileiro.

Os satélites do INPE registraram o recorde de desmatamento florestal mensal desde o início do ano, registrando mais de 2 mil e 500 incêndios na Amazônia no mês de junho. Maio e junho, de modo geral, marcam o início das queimadas e desmatamento significantes na floresta amazônica devido a estação seca.

Em maio, o INPE detectou 2.2887 incêndios na floresta tropical – o maior número desse mês desde 2004.

O desmatamento da floresta amazônica não começou hoje

A destruição da maior floresta tropical do mundo vem sendo intensificada desde 2019, onde – ao mesmo tempo – novas ordens de proteção ao meio ambiente foram estabelecidas ao lado do enfraquecimento dos programas de monitoramento ambiental.

A prática de destruição do bioma não é de hoje e traz consigo diversos impactos ambientais – tendo em vista que a Amazônia é essencial para a manutenção do clima e do equilíbrio ambiental do Brasil e do mundo.

Ocupando cerca de 49% do território brasileiro, manteve-se preservado até 1970. Desde então, sofre com a retirada da sua cobertura vegetal diante de diversas causas – incluindo a criação de rodovias, incêndios florestais, desmatamento para agropecuária, entre outras.

Como sabemos, a floresta amazônica tem um importante papel no equilíbrio ambiental por ser a maior floresta tropical do planeta. Então, a sua conservação é essencial.

Existe uma linha tênue entre as taxas de desmatamento e a dinâmica econômica – quando a economia está melhor, a procura por terras para o desenvolvimento de atividades econômicas cresce. Em 1995, por exemplo, quando a economia brasileira se recuperou diante do Plano Real, houve um aumento significativo no desmatamento da floresta amazônica – atingindo quase 30 mil quilômetros quadrados.

Em 2004, foi criado o Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia legal – PPCDAm – pelo Governo Federal. Tinha como objetivo reduzir o desmatamento na floresta e ainda procurar por maneiras de um desenvolvimento mais sustentável. No mesmo período, o INPE criou o DETER – um sistema de alerta e controle do desmatamento. Assim, as taxas começaram a ser reduzidas em torno de 10% em 10 anos.

A meta do PPCDAm era de reduzir a destruição da Amazônia em 80%, o que deixou de ser uma alternativa acessível a partir de 2016 – ano em que o desmatamento voltou a crescer.

Em 2019, as queimadas aumentaram expressivamente – número que havia reduzido nos últimos 10 anos. De janeiro a agosto, foram registrados mais de 72 mil focos de incêndio – mais de 80% comparado ao ano anterior. Alguns especialistas associam os incêndios florestais à própria prática de desmatamento, tendo em vista a presença de madeira seca resultante da derrubada de árvores propicia um ambiente perfeito para o desenvolvimento do fogo.

Principais causas e consequências do desmatamento na Amazônia

Entre as maiores causas do desmatamento da floresta amazônica é a mineração irregular. Desde a década 00, o agronegócio e o extrativismo vegetal e mineral expandiram bastante e, na maioria das vezes, de maneira ilegal.

O crescimento populacional também está entre os motivos de desmatamento da Amazônia, onde novas áreas estão sendo povoadas – e, consequentemente, a retirada de cobertura vegetal acaba sendo uma das consequências.

Não podemos esquecer de comentar sobre a falta de fiscalização, que contribui significativamente para o aumento do desmatamento. Criminosos ambientais devem ser punidos se o objetivo é reduzir – realmente – a destruição e proteger a floresta tropical.

O desmatamento da Amazônia gera uma série de consequências, afetando diretamente o meio ambiente e causando diversas mudanças climáticas – colocando em risco diversos ecossistemas.

Confira, a seguir, alguns dos principais resultados gerados pela destruição da floresta amazônica:

  • Destruição e fragmentação de habitats de diferentes espécies da fauna
  • Indução de espécies da fauna e flora para a lista de ameaçadas à extirpação (local) ou extinção (mundial): o que pode, também, impactar diretamente as atividades econômicas – agricultura, pesca e pecuária, por exemplo.
  • Aumenta o aquecimento global: o desmatamento está em segundo lugar nas maiores causas de mudanças climáticas. As florestas são responsáveis por absorver grande quantidade de dióxido de carbono – um dos gases do efeito estufa – o qual é liberado para atmosfera quando as árvores são devastadas.
  • Intemperismo e erosão do solo: o solo perde seus nutrientes com a retirada da cobertura vegetal, aumentando as chances de intemperismo (processos que alteram a sua composição), tornando-o mais sujeito a erosão – resultando em deslizamento de terras e assoreamento, por exemplo.

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